Por João Paulo Reis
(@joaopaulodreis)
O que é ser popular pra você?
Algumas pessoas podem dizer que ser popular é ser famoso, reconhecido não
apenas pelo seu trabalho mas por quem você é, outros vão dizer que popularidade
é a característica de estar presente em diferentes esferas sociais como produto
ou como assunto. Foi em 1999 que pensando nisso, Ryan Murphy e Gina Matthews deram origem a uma
série única de nome “POPular” (sim, essa era a grafia), que fez um grande sucesso em sua primeira
temporada, mas amargou resultados nada satisfatórios para a WB na segunda.
Quando assisti a “Glee” pela primeira vez, eu senti que estava lidando com um remake musical de “POPular”, porque muitos dos elementos estavam presentes do mesmíssimo jeito, inclusive seus autores, mas creio que ainda assim a antecessora do McKinley High conseguiu ser uma dramédia com uma carga mais alta de seriedade e compromisso com seu público-alvo.
A história se passava em San
Francisco, e tinham como protagonistas Brooke McQueen (Leslie Bibb) e Sam McPherson (Carly Pope). Enquanto
uma era a rainha da escola, bonita, líder de torcida cobiçada, namorada do
melhor jogador do time de futebol e extremamente popular, a outra era o oposto,
apenas com sonhos de poder um dia chegar onde a primeira estava, ser popular,
reconhecida pelo seu trabalho como jornalista e honrar o nome de seu pai, um
jornalista já falecido. Ambas órfãs, Brooke de mãe, e Sam de pai, entraram em
conflito quando souberam que seus pais estavam namorando. Começava na escola Kennedy High uma verdadeira guerra entre populares e impopulares, as vantagens e
desvantagens de cada um, e o peso das responsabilidades de serem adolescentes que
precisam se preocupar com sua imagem perante a sociedade. A série contava ainda
com a ativista social Lilly (Tamara Mello), que sempre lutava pelos direitos das minorias,
Harrison (Christopher Gorham) que tinha dúvidas sobre si mesmo em relação à sexualidade, e Josh (Bryce Johnson),
namorado de Brooke que queria ser ator enquanto o pai o obrigava a ser um
craque do futebol.
A série conseguia com humor
discutir temas importantes para os jovens como homossexualidade, preconceito,
virgindade, adoção e diferente de “Glee” que tem um texto extremamente
formulado (um personagem pergunta, o outro que responde já o faz dando uma
lição de moral tornado o script quase didático), “POPular” conseguia levar a
certa reflexão mesmo tendo todas as suas ações dramáticas pautadas nas sátiras. Numa época onde “Dawson’s Creek” dominava o cenário como série
dramática adolescente, o programa ganhou em 2000 o prêmio Teen Choice Awards
como revelação do ano.
A série foi exibida no Brasil
entre 2000 e 2001 pelo Sony Entertainment Television com o nome de “POPular” e
pelo SBT com o nome de “Popularidade”. Infelizmente os DVDs só foram lançados
no mercado americano pela Buena Vista Home Vídeo. “POPular” era interessante
justamente porque conseguia extrair o melhor e o pior do mundo em que vivíamos
em termos culturais, lotando os episódios com referências a outras séries,
músicas, discos e filmes diversos. Entre as cenas icônicas estão a de um musical em que a professora de biologia Bobby Glass (Diane Delano) obrigou os alunos a fazerem para não serem
reprovados onde eles cantavam sobre doenças sexualmente transmissíveis (assista abaixo), e a cena em que Sam descobriu
que seu melhor amigo Harrison estava com leucemia.
Pra quem quiser assistir à série,
uma busca na internet ajuda!
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